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Mostrando postagens de junho 16, 2010

Também Celebro (Poema, 2011)

Também Celebro (um poema de inocência de um autor superado) Dennis Zagha Bluwol, 2011 Para Walt Whitman Também celebro. Sofro mas celebro. Sofrer e celebrar não se anulam e não extinguem o canto de louvor. Poderia dizer que sou o solo, as águas, o ar, você. Mas o que é o solo senão um assombroso amontoado de não solo? Ser não sendo aponta para o fundamento de ser. Não há crise de identidade. Identidade é um sintoma da crise. Isto sinto e disto sei. Poderia celebrar você e o vento e a água por nos dependermos mutuamente. E celebro. Mas atento-me mais para a existência que para a dependência. Poderia nada haver, mas o existir foi concedido. Curvo-me. Sei que nossas coisas são filhas das coisas da natureza. Mas sei também que são diferentes e nos moldam diferentemente. Sei que barulho e silêncio coexistem. Respeito. Mas silêncio e barulho nos moldam diferentemente. E sei que o barulho da natureza não é barulho. E o das máquinas é. No instante em que escrevo e contemplo nesta beira de lago