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Mostrando postagens de maio 17, 2020

Consumismo vegano - uma visão ecovegana (2020)

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Abolicionismo é a postura contrária à propriedade sobre entes sencientes. Veganismo é um conjunto de práticas decorrentes des se princípio direcionadas aos animais não-humanos.     Contudo, uma forma mais sutil de propriedade sobre os animais, é a propriedade sobre seus ambientes, o que, costumeiramente, gera uma série de impactos negativos sobre suas vidas e, não raramente, alta mortalidade.            Se expandirmos o foco do veganismo para além da existência ou não de animais mortos ou torturados no próprio produto a ser comprado e incluirmos o sofrimento e a morte de animais atingidos pelos impactos ambientais da produção de bens (proposta que defendo como a necessidade de um ecoveganismo - leia mais ), provavelmente deveríamos cortar ao máximo o consumo  de qualquer coisa . Um mercado vegano é preciso, obviamente. Precisamos nos alimentar, nos vestir etc. Contudo, é preciso tanto que tal mercado tenha o máximo possível de preocupações ambientais, no limite do que a atual tecno

O problema das posturas brandas no movimento vegano (2020)

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Uma das posturas atualmente presentes no movimento em defesa dos animais é a tentativa de criar imagens sociais mais positivas: substituir a imagem do ativista nervoso que põe o dedo na cara das pessoas e que causa discussões em todo jantar de família. É compreensível. Se se quer dialogar, não há como fazê-lo afastando as pessoas. Uma via para tal, seguida por parcela dos ativistas, é um tipo de abrandamento de discurso, uma tentativa de se escrever certo por linhas tortas, apelando-se para todo tipo de argumento paralelo à ética animal que “caia melhor” para quem não se preocupa com animais. A esperança é que, com essas iscas, as pessoas chegariam, de alguma forma misteriosa, ao coração da questão. Nessa esperança, usa-se todo tipo de argumento, como pretensos ganhos para a saúde, populismo pseudo-socialista, ambientalismo midiático ou o que convier. Entendo e aceito a importância de não ser agressivo no diálogo educativo com as pessoas. Quando faço trabalhos educativos sobre ética an

Veganismo: do abolicionismo ao hedonismo (2020)

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Veganos não falam mais tanto assim de animais.  Veganos falam de detox, de dietas de astros da música pop, das novas opções de hambúrguer vegetal de um grande abatedouro, do novo  sanduíche lactovegetariano de uma rede de fast food de cadáveres grelhados no fogo desde 1954 e, especialmente, de qual “rolê vegano” haverá neste final de semana. Vegano quer se empanturrar. E isso basta.           Empresas exploradoras de animais percebem o fluxo do mercado e criam opções veganas. Veganos sentem-se gratos em fazer-lhes propaganda gratuita. Sites veganos divulgam a benesse. Grupos veganos a certificam. Veganos correm aos hipermercados, cruzam rapidamente o corredor dos cadáveres em exposição – quem sabe soltando um vaidoso “go vegan!” – atrás da grande novidade.           Veganos falam de rolês. Veganos têm muitas opções de rolês. Veganos podem se encontrar e curtir a life num rolê veg.           Veganos agora piram em lanchonetes de sanduíches de cadáver e marcas de alimentos à base de secr